Apresentação no Recife é marcada por músicas da banda que marcou o rock nacional e do seu disco solo “Jardim de Cactus’
Por Chico Feitosa - cfeitosa@tvglobo.com.br
Tenho 32 anos e todos os discos da Legião Urbana. Esta até poderia ser uma afirmação pessoal, mas também serve para descrever boa parte do público que foi conferir o show de Dado Villa Lobos, na noite chuvosa desta sexta-feira (13), no Teatro da UFPE. A apresentação do ex-guitarrista da banda que marcou o rock nacional dos anos 80 foi um misto de saudosismo e uma descoberta: como numa profecia de ‘Teatro dos Vampiros’ Dado Villa-Lobos cresceu e provocou que pode ir mais além dos três acordes que marcaram as músicas da banda. E parecia reconhecer isso ao cantar os versos como “Eu, homem feito” e de músicas do seu primeiro disco solo ‘Jardim de Cactus’, lançado ainda em 2005.
Apesar de tudo, o músico ainda enfrenta a desconfiança de muitos que ainda o encaram como o jovem guitarrista que foi acolhido por Renato Russo. Tanto, que o teatro acomodou um público modesto. A desconfiança durou até a terceira música, pois logo em seguida veio ‘Um dia Perfeito’, do álbum ‘O descobrimento do Brasil’, sexto trabalho da Legião Urbana. A partir daí, o título da música poderia ser visto como um sinônimo para a noite. As pessoas já não conseguiam mais ficar sentadas e foram para frente do palco, como um sinal de aprovação e agradecimento por trazer de volta parte do que muitos não puderam acompanhar nas poucas vezes em que a Legião Urbana tocou no Recife.
“Eu tinha 13 anos e meus pais não me deixaram ir. Mas hoje, mesmo incompleta, pude sentir de perto o show da banda que marcou minha juventude”, recordou a advogada Flávia Lima.
Logo vieram protestos pedindo para o povo sentar e mais Legião Urbana com ‘A dança’ do primeiro disco do grupo, seguida por ‘Teatro dos Vampiros’ e ‘Soldado’. Estas tocadas já com o público novamente acomodado nas cadeiras, atendendo um pedido do próprio Dado Villa-Lobos que concordou com quem gritava por ordem. “É pessoal. Eles têm razão. Eles pagaram para ver o show, mas no final, vocês vão poder voltar aqui para frente. Vocês vão ver”, disse.
E assim seguiu o show, com o músico intercalando canções do seu trabalho solo e da Legião Urbana. Até então, com Dado sempre ao vocal. E podem acreditar. Mesmo aqueles que ainda guardam a imagem jovem e silenciosa do guitarrista da época da Legião.
Para os devotos da Legião Urbana foi de fato uma noite de saudosismo. Escutar ao vivo os acordes de músicas como ‘Andrea Dória’ – que marcou a primeira paixão juvenil desse repórter e de tantos outros trintões – é como rejuvenescer, lembrando dos momentos de frio na barriga ao tentar declarar sua paixão para aquela garota de cabelos longos e cacheados da sua sala na 7ª série do colégio que tinha acabado de perder os pais e andava triste.
Naquela época, versos como ‘Não queria te ver assim. Quero a tua força. Como era antes’ soavam tão perfeitos para a ocasião. E mesmo hoje, tantos anos depois, eles também pareciam tocar da mesma forma todos que cantaram a música do inicio ao fim agora não mais na voz de Renato Russo, que morreu em 1996. E até mesmo o próprio Dado Villa-Lobos, que desabafou ao final. “Nossa, foram muitos anos sem tocar essa música.”
Apesar do show ter como base o disco solo de Dado Villa-Lobos, ele não teve e nem parecia querer se desvincular da Legião Urbana. Durante quase duas horas no palco, além de outras tantas músicas da banda, até trejeitos herdados nos anos 80, Dado Villa-Lobos conservou na apresentação, como o inconfundível “Ok, vamos tocar então” – frase constante nas apresentações de Renato Russo.
E já no bis, depois do “ok, vamos tocar então”, veio uma série de Legião Urbana. ‘Há tempos’, ‘Índios’, ‘Tempo Perdido’ e ‘Geração Coca Cola’, esta última apenas com Dado e sua quase inseparável guitarra no palco. Até ‘Pais e filhos’, que acabou se tornando um hino da Legião Urbana, encerrar o show. A platéia ainda clamou por mais um bis, chegando a cantar ‘Vamos fazer um filme’, mas a essa altura Dado Villa-Lobos e os músicos que o acompanharam já se despediam.
Em algumas canções, Dado Villa-Lobos teve a companhia do cantor Toni Platão. Mas a presença dele no palco chegou a destoar de toda a serenidade da apresentação. Muitos que acompanharam o show tiveram o desejo de adverti-lo: Legião Urbana não se grita, se declama. Mas, nada que pudesse ter atrapalhado ‘Um dia perfeito’. Afinal, tenho 32 anos e todos os discos da Legião.
Apesar de tudo, o músico ainda enfrenta a desconfiança de muitos que ainda o encaram como o jovem guitarrista que foi acolhido por Renato Russo. Tanto, que o teatro acomodou um público modesto. A desconfiança durou até a terceira música, pois logo em seguida veio ‘Um dia Perfeito’, do álbum ‘O descobrimento do Brasil’, sexto trabalho da Legião Urbana. A partir daí, o título da música poderia ser visto como um sinônimo para a noite. As pessoas já não conseguiam mais ficar sentadas e foram para frente do palco, como um sinal de aprovação e agradecimento por trazer de volta parte do que muitos não puderam acompanhar nas poucas vezes em que a Legião Urbana tocou no Recife.
“Eu tinha 13 anos e meus pais não me deixaram ir. Mas hoje, mesmo incompleta, pude sentir de perto o show da banda que marcou minha juventude”, recordou a advogada Flávia Lima.
Logo vieram protestos pedindo para o povo sentar e mais Legião Urbana com ‘A dança’ do primeiro disco do grupo, seguida por ‘Teatro dos Vampiros’ e ‘Soldado’. Estas tocadas já com o público novamente acomodado nas cadeiras, atendendo um pedido do próprio Dado Villa-Lobos que concordou com quem gritava por ordem. “É pessoal. Eles têm razão. Eles pagaram para ver o show, mas no final, vocês vão poder voltar aqui para frente. Vocês vão ver”, disse.
E assim seguiu o show, com o músico intercalando canções do seu trabalho solo e da Legião Urbana. Até então, com Dado sempre ao vocal. E podem acreditar. Mesmo aqueles que ainda guardam a imagem jovem e silenciosa do guitarrista da época da Legião.
Para os devotos da Legião Urbana foi de fato uma noite de saudosismo. Escutar ao vivo os acordes de músicas como ‘Andrea Dória’ – que marcou a primeira paixão juvenil desse repórter e de tantos outros trintões – é como rejuvenescer, lembrando dos momentos de frio na barriga ao tentar declarar sua paixão para aquela garota de cabelos longos e cacheados da sua sala na 7ª série do colégio que tinha acabado de perder os pais e andava triste.
Naquela época, versos como ‘Não queria te ver assim. Quero a tua força. Como era antes’ soavam tão perfeitos para a ocasião. E mesmo hoje, tantos anos depois, eles também pareciam tocar da mesma forma todos que cantaram a música do inicio ao fim agora não mais na voz de Renato Russo, que morreu em 1996. E até mesmo o próprio Dado Villa-Lobos, que desabafou ao final. “Nossa, foram muitos anos sem tocar essa música.”
Apesar do show ter como base o disco solo de Dado Villa-Lobos, ele não teve e nem parecia querer se desvincular da Legião Urbana. Durante quase duas horas no palco, além de outras tantas músicas da banda, até trejeitos herdados nos anos 80, Dado Villa-Lobos conservou na apresentação, como o inconfundível “Ok, vamos tocar então” – frase constante nas apresentações de Renato Russo.
E já no bis, depois do “ok, vamos tocar então”, veio uma série de Legião Urbana. ‘Há tempos’, ‘Índios’, ‘Tempo Perdido’ e ‘Geração Coca Cola’, esta última apenas com Dado e sua quase inseparável guitarra no palco. Até ‘Pais e filhos’, que acabou se tornando um hino da Legião Urbana, encerrar o show. A platéia ainda clamou por mais um bis, chegando a cantar ‘Vamos fazer um filme’, mas a essa altura Dado Villa-Lobos e os músicos que o acompanharam já se despediam.
Em algumas canções, Dado Villa-Lobos teve a companhia do cantor Toni Platão. Mas a presença dele no palco chegou a destoar de toda a serenidade da apresentação. Muitos que acompanharam o show tiveram o desejo de adverti-lo: Legião Urbana não se grita, se declama. Mas, nada que pudesse ter atrapalhado ‘Um dia perfeito’. Afinal, tenho 32 anos e todos os discos da Legião.
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