Travestis Danielly e Alana posam para foto num ponto conhecido de prostituição em Olinda
Foto: Davi Barboza/Especial para NE10
Nos últimos anos, é perceptível o aumento de profissionais do sexo em Olinda. O NE10 circulou e encontrou pelas Avenidas José Augusto Moreira e Governador Carlos de Lima Cavalcante pontos de prostituição.
Na José Augusto, depois do Hospital ProntoSocorro de Olinda, diversos profissionais do sexo foram vistos num trecho de aproximadamente três quilômetros.
Às 21h30, o portal conversou com a travesti Danielly, de 19 anos. Naquela noite, ela ainda não havia realizado nenhum programa. "Normalmente, faço uns três por dia e, nos finais de semana, chego a 10 [...] cobro R$ 30 e os locais onde trabalho são variados: motel, carro, rua. Faço onde o cliente quiser", contou. A conversa foi curta; Danielly não queria perder os serviços no horário nobre e o NE10 seguiu em frente.
Quinze minutos depois, outros dois
travestis que estavam nos seus "pontos" diários optaram por não falar: não queriam "sair no jornal". Às 22h, as primeiras garotas de programas são encontradas, porém, não houve nem tempo para perguntar seus nomes. Cada uma estava subindo na garupa de uma moto.
Mais à frente, estava a travesti Vanessa, de 18 anos. Ela começou a trabalhar ali há um ano. Todas as sextas e sábados vai para Boa Viagem, Zona Sul do Recife, onde consegue mais dinheiro. Segundo Vanessa, a vontade de deixar a atual ocupação existe, mas não consegue emprego se vestindo como mulher (seu maior desejo).
Entre uma volta e outra, outros oito travestis foram encontrados, e a maioria disse preferir atuar em Olinda do que Boa Viagem. Os motivos são vários, mas três se destacam: distância entre suas residências e local de trabalho, alta concorrência e existência de cafetões e cafetinas no Recife, que cobram por ponto.
Algumas travestis disseram ganhar cerca de R$ 1 mil por mês; outras, R$ 1.500. A maioria reconhecia não ser muito dinheiro para quem leva uma vida tão agitada; embora seja muito, segundo elas, em relação ao que conseguiriam caso se arriscassem no mercado de trabalho.
Já no final do dia, à meia-noite, vê-se a primeira mulher disposta a conversar, Paula. Ela estava meio perdida. Disse que entrou no mundo da prostituição há apenas um mês. Não tem emprego e, aos 24 anos, com três filhos para cuidar, já pretende deixar esse tipo vida; só lhe falta uma opção.
MORADORES - Num posto de gasolinda da Avenida Carlos de Lima Cavalcante, próximo à entrada do bairro Rio Doce, o morador da comunidade Eduardo Henrique Braga disse ser totalmente contra a prostituição. E mais: "Certa vez um vizinho levou dois travestis para casa e foi roubado".
Já um vigilante da área, que também trabalha perto do posto, afirmou que as travestis e as poucas prostitutas do local não incomodam. "Só roubam as pessoas que não pagam pelo serviço", afirmou. Além disso, acrescentou: "Aqui num dá fusquinha não; é só carro bom".
PREFEITURA DE OLINDA - O secretário de Desenvolvimento Social, Cidadania e Direitos Humanos de Olinda, André Cândido, reconheceu um aumento no índide de prostituição da cidade. Segundo ele, alguns planos de ação já estão sendo traçados. "Tentaremos encaminhar essas pessoas para programas sociais. Ellas precisam de uma renda para saírem dessa situação. Em paralelo, faremos um trabalho de conscientização, tanto resgatando a cidadania como passando informações sobre doenças sexualmente transmissíveis", contou.
Lembrando que a Constituição Federal garante às pessoas o livre uso do corpo e do pensamento, Cândido argumenta que "nenhuma cidade pode proibir esse tipo de prática".
A respeito da falta de iluminação nas avenidas constatada pelo NE10 e da prática sexual na própria rua, o secretário alegou, primeiro, que está havendo uma requalificação da iluminação das vias e "que o trabalho para evitar atos obscenos nas vias deve ser feito em parceria com a Polícia Militar e a população".
Na José Augusto, depois do Hospital ProntoSocorro de Olinda, diversos profissionais do sexo foram vistos num trecho de aproximadamente três quilômetros.
Às 21h30, o portal conversou com a travesti Danielly, de 19 anos. Naquela noite, ela ainda não havia realizado nenhum programa. "Normalmente, faço uns três por dia e, nos finais de semana, chego a 10 [...] cobro R$ 30 e os locais onde trabalho são variados: motel, carro, rua. Faço onde o cliente quiser", contou. A conversa foi curta; Danielly não queria perder os serviços no horário nobre e o NE10 seguiu em frente.
Quinze minutos depois, outros dois
travestis que estavam nos seus "pontos" diários optaram por não falar: não queriam "sair no jornal". Às 22h, as primeiras garotas de programas são encontradas, porém, não houve nem tempo para perguntar seus nomes. Cada uma estava subindo na garupa de uma moto.
Mais à frente, estava a travesti Vanessa, de 18 anos. Ela começou a trabalhar ali há um ano. Todas as sextas e sábados vai para Boa Viagem, Zona Sul do Recife, onde consegue mais dinheiro. Segundo Vanessa, a vontade de deixar a atual ocupação existe, mas não consegue emprego se vestindo como mulher (seu maior desejo).
Entre uma volta e outra, outros oito travestis foram encontrados, e a maioria disse preferir atuar em Olinda do que Boa Viagem. Os motivos são vários, mas três se destacam: distância entre suas residências e local de trabalho, alta concorrência e existência de cafetões e cafetinas no Recife, que cobram por ponto.
Algumas travestis disseram ganhar cerca de R$ 1 mil por mês; outras, R$ 1.500. A maioria reconhecia não ser muito dinheiro para quem leva uma vida tão agitada; embora seja muito, segundo elas, em relação ao que conseguiriam caso se arriscassem no mercado de trabalho.
Já no final do dia, à meia-noite, vê-se a primeira mulher disposta a conversar, Paula. Ela estava meio perdida. Disse que entrou no mundo da prostituição há apenas um mês. Não tem emprego e, aos 24 anos, com três filhos para cuidar, já pretende deixar esse tipo vida; só lhe falta uma opção.
MORADORES - Num posto de gasolinda da Avenida Carlos de Lima Cavalcante, próximo à entrada do bairro Rio Doce, o morador da comunidade Eduardo Henrique Braga disse ser totalmente contra a prostituição. E mais: "Certa vez um vizinho levou dois travestis para casa e foi roubado".
Já um vigilante da área, que também trabalha perto do posto, afirmou que as travestis e as poucas prostitutas do local não incomodam. "Só roubam as pessoas que não pagam pelo serviço", afirmou. Além disso, acrescentou: "Aqui num dá fusquinha não; é só carro bom".
PREFEITURA DE OLINDA - O secretário de Desenvolvimento Social, Cidadania e Direitos Humanos de Olinda, André Cândido, reconheceu um aumento no índide de prostituição da cidade. Segundo ele, alguns planos de ação já estão sendo traçados. "Tentaremos encaminhar essas pessoas para programas sociais. Ellas precisam de uma renda para saírem dessa situação. Em paralelo, faremos um trabalho de conscientização, tanto resgatando a cidadania como passando informações sobre doenças sexualmente transmissíveis", contou.
Lembrando que a Constituição Federal garante às pessoas o livre uso do corpo e do pensamento, Cândido argumenta que "nenhuma cidade pode proibir esse tipo de prática".
A respeito da falta de iluminação nas avenidas constatada pelo NE10 e da prática sexual na própria rua, o secretário alegou, primeiro, que está havendo uma requalificação da iluminação das vias e "que o trabalho para evitar atos obscenos nas vias deve ser feito em parceria com a Polícia Militar e a população".
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