terça-feira, 13 de março de 2012

Olinda: nascida em volta da Sé, hoje é Patrimônio da Humanidade



Uma cidade marcada por altos e baixos não só na sua geografia, mas também na sua história. Assim é Olinda, cidade irmã do Recife, povoada em 1535 e palco do pontapé inicial do desenvolvimento de Pernambuco.



Sitio Histórico de Olinda

Desenvolvimento que resultou ainda nas ruínas da própria cidade, em 1631, quando os holandeses vieram com olhos famintos na cana-de-açúcar e incendiaram parte da história da antiga Marim dos Caetés. Foram anos de esquecimento e abandono durante o período holandês, mas Olinda foi reconstruída, com dificuldade, através dos esforços de religiosos, senhores de engenho e do povo, Historiador José Luiz fala sobre as "cidades irmãs"


Alto da Sé

Uma cidade marcada por altos e baixos não só na sua geografia, mas também na sua história. Assim é Olinda, cidade irmã do Recife, povoada em 1535 e palco do pontapé inicial do desenvolvimento de Pernambuco. Desenvolvimento que resultou ainda nas ruínas da própria cidade, em 1631, quando os holandeses vieram com olhos famintos na cana-de-açúcar e incendiaram parte da história da antiga Marim dos Caetés. Foram anos de esquecimento e abandono durante o período holandês, mas Olinda foi reconstruída, com dificuldade, através dos esforços de religiosos, senhores de engenho e do povo, tornando-se mais tarde Patrimônio Cultural e Natural da Humanidade.


Praia dos Milagres

A cidade nasceu e cresceu em volta do Alto da Sé, local escolhido por Duarte Coelho para dar início à povoação na vila, por ser um ponto estratégico que dava boa visibilidade para o oceano. Olinda tornou-se centro exportador de açúcar para a Europa e, antes de 1630, já contava com mais de dois mil habitantes. Depois de quase um século gerando lucros para a coroa portuguesa, a cidade foi invadida pelos holandeses e incendiada. O frei Bonifácio Mueller narra o fato no livro Olinda e suas Igrejas. “Apenas uma casa sobrou na ladeira da Misericórdia e a Igreja São João dos Militares, distante da vila. A ação incendiária se estendeu depois à zona canavieira”.

A invasão dos holandeses gerou consequências decisivas para o futuro da cidade, não só pelo incêndio que a levou às ruínas, mas pela instalação do Governo holandês no Recife. Moradores da vila afetada quase que totalmente pelo fogo, mudam o endereço para a nova sede, agora também centro do comércio. Uma nova paisagem de Olinda surge, em 1631. Nova, mas abandonada. A reconstrução só acontece efetivamente com a expulsão dos holandeses, em 1654, e a volta da sede do Governo para cidade, em 1657, o que acirrou a relação dos moradores das duas vilas, desembocando na Guerra dos Mascates, em 1710.

Apesar das rivalidades entre Recife e Olinda, as cidades estavam do mesmo lado nas revoluções de 1817 e 1824. Ainda na opinião do arquiteto e historiador José Luiz da Mota Menezes, a relação entre as duas surgiu muito antes das desavenças, ainda em 1535. “O conhecimento do porto (do Recife) já existia. Duarte Coelho jamais se instalaria em Olinda sem o Porto do Recife”. Para o historiador, as duas cidades surgiram na mesma época. “O meu ponto de vista é que essa data é uma só, as duas cidades nasceram na mesma data”. E é dessa maneira, dispensando as desavenças longínquas daquela época e relembrando a história, que, nesta segunda-feira (12), Recife e Olinda, juntas, fazem aniversário. Para a cidade Patrimônio Cultural da Humanidade, são 477 anos de lutas comemorados.

Fonte Folha de Pernambuco

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