Responsável por colaborar muito para o embelezamento local, a cobertura vegetal do Sítio Histórico de Olinda é parte integrante dessa paisagem
Por Filipe Falcão
Quem
vem para o Sítio Histórico de Olinda pela primeira vez fica encantado
com tanta beleza. Dos casarios, ao piso em paralelepípedo, as igrejas, o
Alto da Sé, além de muitos outros elementos que juntos, formam a cidade
Patrimônio da Humanidade. Responsável por colaborar muito para este
embelezamento, a cobertura vegetal do Sítio Histórico de Olinda é parte
integrante dessa paisagem e, assim como as casas e igrejas, também faz
parte do que deve ser preservado no local.Por esse motivo, a Prefeitura de Olinda e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, realizaram o Seminário sobre a Cobertura Vegetal na paisagem do Sítio Histórico de Olinda,
que aconteceu no dia 04 de outubro e que teve como intenção chamar a atenção da sociedade civil para a preservação da vegetação na Cidade Alta. Os temas abordados pelo seminário foram “A Paisagem do Sítio Histórico de Olinda: Conceito e Conservação”, “O Ambiente Natural: A Contribuição dos Quintais na Composição Vegetal do Sítio Histórico” e “A Base Legal para Atuação na Cobertura vegetal do Sítio Histórico”.
“Muita gente não sabe, mas a vegetação de Olinda também é um dos elementos tombados como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco. No entanto, no dia a dia, essa vegetação apesar de preservada, muitas vezes é deixada de lado, pois a maioria das pessoas acredita que apenas o conjunto arquitetônico é de importância histórica, quando a vegetação foi um dos fatores que levou Olinda ao título”, explica a diretora de Planejamento Ambiental de Olinda, Lucia Oliveira Pedrosa.
De acordo com Lúcia, a cobertura vegetal é de fundamental importância pela ambiência que oferece ao Sítio. Elementos vegetais da mata atlântica se misturam com os exóticos, principalmente os localizados no Horto D’El Rey, que não são naturais da região, mas que foram trazidos e aclimatados nele a exemplo: mangueiras, fruta-pão e fruta do conde (pinha) estão hoje disseminados pelo Sítio Histórico formando a grande massa verde permeando os edifícios históricos.
“O seminário cria um ciclo para envolver a população na preservação deste rico patrimônio e garantir que essa cobertura vegetal continue embelezando Olinda”, explica a secretária de Patrimônio e Cultura de Olinda, Márcia Souto sobre o seminário. Ela ainda afirma que a intenção do seminário é de chamar a atenção de todos e não apenas da sociedade civil. “Queremos que Olinda, dentre os seus vários títulos, também possa ser vista como uma cidade ecológica”, completa Márcia.
O envolver a população na questão da cobertura vegetal está ligado a não fazer obras nas áreas de quintais, onde algumas árvores crescem. Evitar plantar em áreas irregulares ou mesmo identificar quando a vegetação está doente também são de grande importância para o crescimento desta flora. Em caso de risco oferecido pela árvore, o morador deve entrar em contato com a Defesa Civil de Olinda e não tentar cortar a planta ou parte dela por conta própria.
PROGRAMA: O evento começou com a mesa “A Paisagem do Sítio Histórico de Olinda: Conceito e Conservação”, que teve participação do professor André Pina, representando a Secretaria de Patrimônio e Cultura de Olinda, a professora Ana Rita Sá Carneiro, do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFPE e Fábio Cavalcanti, do IPHAN.
Após o intervalo para almoço, foi a vez do debate “O Ambiente Natural: A Contribuição dos Quintais na Composição Vegetal do Sítio Histórico”, que teve a participação da professora Isabelle Meunier, do Departamento de Engenharia Florestal da UFRPE, do professor Ricardo Martins, da FUNESO e do engenheiro agrônomo Raul Castro.
O último evento do dia acontece no fim da tarde e teve como tema “A Base Legal para Atuação na Cobertura vegetal do Sítio Histórico”, com a participação do procurador do município de Olinda, Dr. César André, do Secretário de Desenvolvimento Social, Cidadania e Direitos Humanos de Olinda, Dr. André Cândido de Souza e da procuradora Federal junto ao IPHAN/PE, Drª. Fabiana Santos Dantas.
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