sábado, 24 de setembro de 2011

Olinda ganha mudas de espécies nativas da flora brasileira


Mudas serão plantadas neste sábado no Sítio Histórico ainda em comemoração ao Dia da Árvore


Vinte mudas de pau-d'arco roxo, amendoeira e carolina, espécies nativas da flora brasileira, serão plantadas nas calçadas da Avenida Sigismundo Gonçalves, em Olinda, às 9h30 deste sábado (24).  O plantio faz parte das comemorações pelo Dia da Árvore, 21 de setembro, e a Diretoria de Paisagismo do município chama a população para ajudar a fincar as mudas no passeio púbico. A Sigismundo Gonçalves é a rua que passa em frente ao Colégio São Bento.


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Verde preservado no Hospital da Tamarineira, no Recife.
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Curiosamente, na semana em que se celebra o Dia da Árvore, uma ventania arrancou galhos de uma castanhola próxima à Bica dos Quatro Cantos, monumento tombado no Sítio Histórico de Olinda. De acordo com moradores, o acidente expõe a falta de manutenção da área verde da Cidade Patrimônio da Humanidade. Acidente semelhante aconteceu no mesmo local, em abril deste ano, quando uma rajada de vento derrubou todas as folhas de uma palmeira.


“Chamei a Defesa Civil da cidade, os técnicos examinaram a palmeira, disseram que a árvore não tinha mais condições de se recuperar e ficaram de voltar 40 dias depois, para cortar o tronco”, conta a moradora Lili Alves. Até hoje, a comunidade aguarda a execução do serviço. Em junho, o município enviou um caminhão para cortar a palmeira, mas o equipamento não pode ser usado porque quebraria a pavimentação.

A solução apontada foi levantar um andaime em volta da palmeira e cortar os troncos aos pedaços. “Estamos preocupados”, diz Lili. O vizinho dela, Antônio José do Nascimento, disse que a palmeira começou a morrer depois de ter uma parte do tronco ferida numa fogueira, em 2000. “Aparentemente, a palmeira estava boa, mas na verdade, era uma árvore doente por dentro. Por isso o vento arrancou as folhas”, comenta Antônio Nascimento.

Segundo ele, a castanhola que perdeu parte dos galhos também teria sido queimada por uma fogueira de São João, em 2004, e padece do mesmo mal. “A castanhola era maior, a gente pediu para a prefeitura diminuir a altura, para amenizar os desgastes no tronco”, informa o morador. “Se uma árvore dessa cair, pode atingir a bica e umas dez moradias”, diz Lili.

A Defesa Civil de Olinda confirma as declarações dos moradores sobre a vistoria ao local e a solução apontada para resolver o impasse. Disse que está ciente do problema com a palmeira e vai providenciar a retirada do tronco. Os técnicos garantem, ainda, que não há risco iminente de o vegetal cair. O acidente com a castanhola, mais recente. será avaliado.

Uma árvore com o tronco queimado por fogo pode sim, vir a morrer, dependendo da quantidade de tecido lesionado, afirma a engenheira florestal e professora da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Isabele Meunier. Palmeiras e castanholas, diz ela, não têm casca protetora contra fogo, como as árvores do cerrado. “Nesse caso, mesmo se as chamas não atingirem o tronco, o super aquecimento pode causar o dano”, reforça.

O calor afeta o tecido vivo da planta, prejudicando o transporte de alimentos e as raízes. “Palmeira é adaptada ao vento, não oferece resistência e acompanha o movimento do ar. As folhas não caem à toa”, comenta. Conforme a pesquisadora, quando o vento derruba galhos de árvores é sinal de algum problema já existente no vegetal. “O vento é só o acabamento final”, afirma Isabele.

Maria da Glória Recamonde Martinez, moradora do Carmo, queixa-se da erradicação de quatro pés de castanhola da Praça do Jacaré, dois meses atrás. “A prefeitura argumenta que as árvores estavam velhas e doentes. Se era doença, deviam ter sido tratadas”, declara Maria da Glória, integrante da Associação dos Moradores dos Bairros Históricos e Tombados do Carmo e Milagres.

As castanholas cortadas foram substituídas por 16 pés de pau-d’arco-roxo, acácia-cubana e carolinas, informa o diretor de Paisagismo de Olinda, Raul Soares. Segundo ele, todas as castanholas da praça encontram-se doentes e no fim da vida. “Cortamos aquelas com risco iminente de desabamento.”

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